A poesia da história está raro.
No meio das sombras das ocorrências,
Pode estar no canto, no gesto, no dia pós dia.
A história também tem sua poesia.
A história de Gaspar Lopes como as demais.
No sertão do centro nasceu entre cactos e promérias,
Sob o sol intenso, os olhares incautos dos viajantes,
A feitos aparagens de muitas léguas.
No chão pedregoso que enrijecem e deformam,
Os cascos dos animais e os pés humanos.
Enfim nós: Homens da terra do Capitão Gaspar Lopes
Dos Reis;
Do Coronel Antônio da Rocha Bezerra,
Velho seismeiro português; Francisco de Souza Oliveira,
Posseiro e demarcador.
Casas muito poucas, e só vieram a surgir
Com a seca dos dois setes,
Com a presença maciça dos retirantes.
Plantio e criação continuando tranqüilo,
Os serviços ferroviários para Macau.
Em 1922, inauguração do ramal, discurso e palmas.
O pequeno vilarejo é manchetes nacional.
Um patrono ilustre: Presidente Epitácio Pessoa.
Em 1938, distrito Vila de Angicos,
Em 1948, maioridade com distinção para
Pedro Celestino da Costa Avelino:
Jornalista de combate, dedicado aos idéias da República.
Em 1950, despertar letárgico do pequeno povoado.
A locomotiva passa apitando pela estaçãozinha, com ela
Os olhares curiosos dos poucos habitantes.
Esta é a nossa história, nossa matéria prima.
O embaçamento do seu invólucro.
As saudosas lembranças do Riacho do Machado.
Severino Vicente
Professor, Historiador e Folclorista, e louco por Pedro Avelino.
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