segunda-feira, 26 de abril de 2010

POEMA/HISTÓRIA

A poesia da história está raro.

No meio das sombras das ocorrências,

Pode estar no canto, no gesto, no dia pós dia.


A história também tem sua poesia.

A história de Gaspar Lopes como as demais.


No sertão do centro nasceu entre cactos e promérias,

Sob o sol intenso, os olhares incautos dos viajantes,

A feitos aparagens de muitas léguas.

No chão pedregoso que enrijecem e deformam,


Os cascos dos animais e os pés humanos.

Enfim nós: Homens da terra do Capitão Gaspar Lopes

Dos Reis;


Do Coronel Antônio da Rocha Bezerra,

Velho seismeiro português; Francisco de Souza Oliveira,

Posseiro e demarcador.


Casas muito poucas, e só vieram a surgir

Com a seca dos dois setes,

Com a presença maciça dos retirantes.


Plantio e criação continuando tranqüilo,

Os serviços ferroviários para Macau.

Em 1922, inauguração do ramal, discurso e palmas.


O pequeno vilarejo é manchetes nacional.

Um patrono ilustre: Presidente Epitácio Pessoa.


Em 1938, distrito Vila de Angicos,

Em 1948, maioridade com distinção para

Pedro Celestino da Costa Avelino:

Jornalista de combate, dedicado aos idéias da República.


Em 1950, despertar letárgico do pequeno povoado.

A locomotiva passa apitando pela estaçãozinha, com ela

Os olhares curiosos dos poucos habitantes.


Esta é a nossa história, nossa matéria prima.

O embaçamento do seu invólucro.

As saudosas lembranças do Riacho do Machado.



Severino Vicente

Professor, Historiador e Folclorista, e louco por Pedro Avelino.

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